No Dia das Mães, uma Escuta Também Para Elas: Psicanálise, Maternidade
- Karla França
- 9 de mai.
- 1 min de leitura

O Dia das Mães costuma ser celebrado com flores, mensagens carinhosas e homenagens. Mas além das festividades, essa data também pode ser um convite à reflexão sobre o papel profundo — e muitas vezes solitário — que a maternidade ocupa na vida psíquica tanto dos filhos quanto das próprias mulheres.
Na psicanálise, compreendemos que a figura materna é central na constituição do sujeito. É a partir do olhar, da presença e da linguagem da mãe que a criança começa a se reconhecer como alguém separado, desejante e capaz de existir no mundo. A mãe (ou quem exerce essa função) é a primeira referência de amor, de cuidado — e, muitas vezes, também de angústia.
No entanto, o que muitas vezes passa despercebido é que essas mães, tão fundamentais para a formação do outro, também são sujeitos. Mulheres com histórias, desejos, dores e contradições. Mães que sentem culpa, que se cobram, que se cansam. Que carregam o peso de “ser tudo” para os filhos e, muitas vezes, não encontram espaço para falar de si.
A psicanálise pode ser um espaço potente de escuta para essas mulheres. Não para julgá-las ou idealizá-las, mas para que possam nomear aquilo que não cabe no discurso social do “amor incondicional”. A análise oferece uma pausa, um respiro, um lugar onde a mulher-mãe pode existir para além da função materna.
Neste Dia das Mães, além do afeto, que tal oferecer também um espaço de fala e escuta? Reconhecer a complexidade de ser mãe é, também, um gesto de amor.



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